quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Corinthians minha vida, minha história, meu amor


O dia 1º de setembro nunca mais foi o mesmo depois que o Corinthians foi fundado. Sob a luz do lampião o povo se uniu em volta de uma nova paixão. Nascia ali o time do povo, o coringão.

O tempo foi passando e os primeiros títulos chegando. Os ídolos lutando, esbanjando raça e determinação sob a égide do manto alvi-negro.

O ano de 1954 dá ao Corinthians seu título de maior importância até então, o quarto centenário. Luizinho e cia sob o comando do mestre Oswaldo Brandão vencem o torneio mais cobiçado daquela década. Mas o que seria o apogeu marca o início de seu período de maior escassez.

A fila começava. Nem mesmo o título dividido do Rio-São Paulo de 1966 diminuiu a pressão. Junto à fila ainda existia o tabu frente ao Santos de Pelé. Mas Paulo Borges apareceu. Marcou o gol e pôs fim ao maior período que o Corinthians ficou sem vencer um rival direto. Enfim Pelé e cia. Perdiam um jogo para o Time do Povo. Caia o tabu contra o Santos, mas a seca de títulos se mantinha.

A chegada dos anos 70 começou com um alento. Rivellino, o Reizinho do Parque, era campeão do mundo no México. Tudo dava a entender que a época de “vacas magras” estava perto do fim.

Os times dos anos 70 iam melhorando. Super Zé Maria chegou da Portuguesa, Wladimir subiu para os profissionais. Geraldão também chegou.

O ano era 1974, quase tudo pronto para o fim do jejum. Na final do Paulistão contra o Palmeiras o time corintiano era melhor. Seria a consagração de Rivellino com a camisa do timão, mas não. Deu tudo errado. O Corinthians perdeu a taça e seu principal jogador. Rivellino saiu do timão para o Fluminense.

Em 1976 nova chance do fim da seca. O time era bom. Na semifinal contra o Fluminense de seu antigo ídolo. O dia era 5 de dezembro. O dia da invasão. Mais de 70 mil corintianos foram ao Rio de Janeiro para empurrar o timão à final do campeonato brasileiro. 1 a 1 no tempo normal. Nos pênaltis 4 a 1 pro time de Parque São Jorge. A grande final seria contra o Internacional. O time colorado era uma máquina. Não teve jeito. A fila continuaria por mais um ano.

De 1977 não poderia passar. No gol o gigante Tobias. Os melhores laterais do país vestiam o manto alvinegro. Zé Maria e Wladimir estavam voando. Na meiuca o esforçado Ruço, o incansável Givanildo, Palhinha. No ataque Waguinho. Mas o predestinado era outro. O pé de anjo Basílio. Da casa Verde para o Tatuapé. Do anonimato ao posto de ídolo de um povo. A Ponte Preta estava loca para engrossar. O time campineiro era superior. Mas a raça e o conselho certeiro de Oswaldo Brandão, o mesmo treinador de 1954: “Neguinho, vamos vencer por 1 a 0 e você vai fazer o gol do título”. Dito e feito. Basílio pegou o rebote do salseiro na área e estufou as redes do goleiro Carlos. O povo entrou em êxtase. 23 anos depois o time do povo voltava a conquistar uma taça.

Em 1979 um novo líder chega ao Parque São Jorge. Vindo da Califórnia brasileira, Dr. Sócrates chegou para marcar a história do clube e do país.

As mudanças efetuadas dentro da administração da Fazendinha começaram em 1981. Era o início da Democracia Corintiana. Capitaneados pelo doutor da bola, os companheiros Casagrande e Wladimir lutaram ao lado de Osmar Santos e Rita Lee para que o Brasil voltasse a ser democrático.

Os anos 90 começaram com mais conquistas. O excêntrico Ronaldo, Marcelo Djian na zaga, a força de Wilson Mano no meio-campo. Neto, o dono do time. Tupãzinho, o talismã da fiel. A final contra o São Paulo. O gol de Tupãzinho, bola dividida, na raça, na fé. O time do povo conquistara o Brasil pela primeira vez.

Em 95 a dobradinha. Com Marcelinho endiabrado e fazendo gols de tudo quanto era lugar. Paulistão e Copa do Brasil.

Depois de idas e vindas em 98 o Corinthians começa a montar um novo esquadrão. Chegam Gamarra, Edílson, Dida, Ricardinho, vampeta e Rincón. O Corinthians tinha um time do tamanho de sua torcida. Na final contra o Cruzeiro batalhas épicas foram travadas. No apito do juiz a faixa estampava o peito do proletário. Mesmo time, mesmo campeonato, mas o calendário tinha mudado. Com a mesma base do ano anterior o Corinthians conquista o Bicampeonato brasileiro. A única decepção foi a perda para o rival Palmeiras na Libertadores.

Mas a redenção estava por vir. O primeiro mundial de clubes da FIFA seria no Brasil. O Corinthians era presença garantida. Na final contra o Vasco o título veio nas penalidades. O mundo era corintiano.

Entre altos e baixos o time chega a 2010 cada vez mais fortalecido. A torcida é, antes de mais nada, o pão de cada dia que alimenta a equipe e dá forças para ir a campo defender as cores alvinegras.

Corinthians, o time de uma torcida. O time do povo, o coringão.

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