quinta-feira, 22 de abril de 2010

A força de Van Gaal

Quem acompanha futebol internacional certamente se lembra do Ajax da temporada 95/96. a equipe dos irmãos de Boer, Overmars, Davids, Van der Sar, Litmanen, Bogarde e Bergkamp. Aquele timaço era dirigido pelo controvertido e polêmico Louis Van Gaal. 
Talvez naquela equipe não tenhamos dado conta de quanto o carrancudo comandante era importante. Muitos poderiam dizer: "Aquele time jogava sozinho. Técnico ali, só para atrapalhar". Quanto àquele time pode ser que tal afirmação tenha sua razão, mas Van Gaal mostrou que era do mesmo quilate de seus jogadores.
Após vencer a Copa da UEFA, o campeonato holandês, a Champions League, o Mundial de Clubes, o holandês teve a chance de dirigir um gigante europeu, o Barcelona. Encheu o time de conterrâneos. Uns excelentes, outros nem tanto mas que vieram na barca. Para o torcedor brasileiro a lembrança recai em cima das cobranças a Rivaldo e o gosto por não trabalhar com jogadores da terra da feijoada.
Independente da aversão aos jogadores brasileiros, tidos por Van Gaal como indisciplinados, o holandês fez bom trabalho. Ficou três anos na Catalunha. Venceu a Supercopa europeia em 97, a Copa da Espanha em 98 e o bicampeonato espanhol em 98/99. Saiu para comandar a seleção de seu país. 
Não deu certo. A seleção laranja ficou fora da Copa de 2002. Voltou à Catalunha. Treinou o Barça mas sem o mesmo brilho. Seu time não conseguiu conter os galáticos do Real Madrid. Pela segunda vez foi demitido.
Buscou o recomeço. No inexpressivo AZ Alkmar fez um trabalho de quatro anos magnífico. Alçou a pequena equipe ao topo da tabela, à briga direta com os gigantes domésticos Ajax e PSV. Conquistou o campeonato local na temporada 2009 e mostrou ao mundo da bola que era mais que um técnico encrenqueiro, mostrou que sabia do riscado.
Contratado pelo Bayern para a atual temporada, logo nos primeiros dias dispensou o capitão da seleção brasileira, Lúcio, emprestou Breno ao Nuremberg e limpou o elenco bávaro dos malfadados brasileiros. A imprensa canarinho voltou a pegar no pé do treinador.
O começo cheio de tropeços na Bundesliga aliada as constantes falhas defensivas faziam com que seus críticos pulassem em suas poltronas. Desceram a lenha em Van Gaal. 
Mais um vez o tempo mostrou o trabalho realizado na Bavária. O Bayern é o líder do campeonato local. Na Champions League bateu a Fiorentina, no confronto contra o Manchester United muitos deram os diabos vermelhos como vencedores, inclusive este corneteiro. Tudo estava perdido até a genialidade de um jogador aflorar. Robben fez um golaço. Gol saído dos treinamentos, ou alguém duvida que aquela jogada foi ensaiada. A mão de Van Gaal esteve presente.
Na partida de ontem frente ao Lyon outra batalha. Ribery expulso ainda na primeira etapa. A vaca estava indo pro brejo. Mas o técnico ajeitou o time e a equipe bávara venceu, com outro gol de Robben.
A volta será no estádio Gerland, casa lionesa. Por não ter sofrido gols em casa, dificilmente o Bayern não chegará à final.
Muitos vão dizer que quem passar de Barcelona e Internazionale será o campeão. Eu não me arrisco. Não duvido mais das equipes treinadas pelo carrancudo holandês.
A grande final no Santiago Bernabéu provavelmente terá o Bayern, o dedo de Van Gaal. Por mais que não aprecie o estilo de jogo alemão, não apostaria meu valoroso salário contra o Bayern de Van gaal.

2 comentários:

  1. A formação tática pós expulsão de Ribery deixou claro a visão de Van Gaal sobre futebol, foi imnpecável. Porém tirar o holandês Robben, salvador da pátria por duas vezes, faltando míseros 7 minutos, foi um ato contestável, até mesmo pelo jogador. E ressalto o fato do treinador não gostar de trabalhar com jogadores brasileiros, que em minha opinião é seu grande defeito, e a final da UCL vai mostrar isso, sendo Barça ou Inter, vou torcer pelos brazucas!

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