sexta-feira, 7 de maio de 2010

Fim do ciclo, começo de outro


A noite de quarta-feira foi traumática para a maioria dos corintianos. A precoce eliminação da equipe na Libertadores para o Flamengo, nas oitavas de final, deu um balde de água fria na alegria e expectativa quanto ao ano do centenário.
Todo esse planejamento começou, na verdade, lá atrás. Dezembro de 2007: Corinthians é rebaixado para a Série B do Brasileirão. Coisas do destino, Mano Menezes, treinador do Grêmio, time que selou o rebaixamento e que trouxe de volta à elite o time gaúcho, foi o escolhido para devolver ao Corinthians o direito de disputar a primeira divisão. Neste momento, foi começou um novo cilco no timão. Pouco antes, havia começado a nova diretoria, com a presidência de Andrés Sanches, desbancando finalmente o continuísmo de Alberto Dualib. A partir da chegada do Mano, o Corinthians começou a trabalhar com uma coisa fundamental no atual futebol: Planejamento! Foram remontados os cacos do rebaixamento e reformulado o elenco. André Santos, Douglas, os zagueiros Chicão e Willian, Elias, Cristian, Herrera, Dentinho e Felipe(Esses 2 últimos remanescentes do time que caiu), foram as peças principais para a grande campanha na Copa do Brasil e a conquista da Série B e, consequentemente, a volta à primeira divisão.
Mal o time havia voltado, a surpresa: Ronaldo Fenômeno era anunciado como reforço para a temporada 2009. Cheio de desconfianças, ele foi sem dúvidas um dos maiores responsáveis pelo sucesso da equipe no primeiro semestre daquele ano. A base da equipe do ano anterior foi mantida com algumas mudanças no elenco. Jorge Henrique com seu bom futebol, por exemplo, fez Mano Menezes perder a fama de retranqueiro e fez o time jogar com 3 atacantes. Titulo Paulista(Invícto) e da Copa do Brasil, garantindo vaga na tão sonhada Libertadores, justamente no ano do centenário do clube.
O Ciclo continua com a equipe "brincando" de jogar futebol, durante o Campeonato Brasileiro 2009. No ano da volta do time à disputa da competição, apenas uma campanha mediana, com atuações polêmicas, como a partida contra o Flamengo, na penúltima rodada do torneio, que praticamente deu o título ao futuro carrasco.
Enfim, 2010! Centenário, elenco recheado de reforços renomados e mais uma estrela. Dessa vez, Roberto Carlos veio para o Corinthians suprir a ausência de André Santos na ala esquerda do time. Tcheco e Danilo para suprir Douglas e Marcelo Mattos e Ralf, para suprir Crístian, 3 dos melhores jogadores do time campeão do primeiro semestre de 2009. Suas saídas, foram um dos principais motivos do time não encaixar. Mano Menezes não conseguiu dar liga ao time sem tais peças sem reposição. Porém, essas peças foram repostas e o Corinthians pagou caro por isso. Aproximadamente 36 milhões de reais em investimentos. Muita grana para um time que, 2 anos antes, disputava a Segunda Divisão Nacional.
O Planejamento estava sendo seguido à risca. O objetivo, como sempre salientou a diretoria e comissão técnica, era a Libertadores. Tanto é que o Paulistão 2010 foi usado como laboratório. E quando o time percebeu que seria importante ganhar essa disputa, era tarde demais. Ganso, Neymar e Cia. já jogavam mais bola que todos os clubes paulistas juntos.
Restou a tão desejada Libertadores do Centenário. (Só um adendo, querido Corneteiro: A Obsessão era tanta que na conquista do título da Copa do Brasil, haviam camisas comemorativas com os dizeres "Rumo à Libertadores" e nada sobre "Tri-Campeões da Copa do Brasil").
O time não engrenou. Ronaldo parece que percebeu que não iria para a Copa do Mundo, desmotivou, engordou e muitas vezes não foi O Ronaldo. Ele que antes era unanimidade, tornou-se questionável e substituível por Souza e outros reservas do elenco corintiano.
Até que o próprio Flamengo, da partida polêmica do Brasileirão passado, apareceu no caminho alvi-negro. O Revés no Maracanã ligou o sinal de alerta. A vitória e eliminação na partida de quarta passada, ligou o sinal vermelho. O Ciclo acabou. Deve-se reformular o Dpto de Futebol, deve-se mexer na comissão técnica, em alguns jogadores. Da mesma forma que foi feito em Dezembro de 2007. Na minha opinião, o trabalho foi vitorioso. O técnico Mano Menezes tem culpa tanto nos acertos, quanto nos erros desse ciclo. Porém, ele seria capaz de liderar mais uma reformulação no Corinthians, mais uma vez, após ver seus torcedores chorarem a perda de um campeonato.
A diretoria do Timão também pensa assim. Na tarde de hoje, ele colocou o cargo à disposição. Porém, a diretoria negou seu pedido e ainda extendeu seu contrato por mais um ano e meio.
O novo ciclo vai começar. O comandante é o mesmo. A expectativa é que o bom planejamento seja feito e que os erros desse ciclo tenham sido aprendidos para esse novo.
E que sirvam de lição tanto para o próprio Corinthians, quanto para outras equipes do futebol Brasileiro.

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