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O começo
Fundado em 18 de setembro de 1967, sob o nome de Santo André Futebol Clube, a equipe nasceu como tentativa de rivalizar com os tradicionais times do interior paulista localizados em Campinas, Ribeirão Preto, Bauru, Araraquara e São José do Rio Preto.
Em 1975 a agremiação passou a ser chamada de Esporte Clube Santo André, assumindo as cores azul e branca no lugar da verde e amarela que ostentava desde sua fundação.
No mesmo ano em que o clube mudou de cores veio a primeira conquista. A taça do campeonato paulista da segunda divisão estreou a sala de troféus do Ramalhão. O único pesar é que o campeonato da A-2 não garantia acesso ao Paulistão da primeira divisão.
Ascensão
Em 1981 mais uma conquista da segunda divisão, mas dessa vez o acesso estava garantido. Era a grande chance de o Santo André enfrentar os grandes clubes do futebol paulista.
O ano de 1984 chegou e a oportunidade do Ramalhão jogar pela primeira vez na elite do futebol nacional. Em uma honrosa temporada a equipe ficou em 10° lugar.
Queda
O final da década de 1980 e todos os anos 1990 não foram vitoriosos para o time do ABC Paulista. Disputando as divisões inferiores do estadual, o time perdeu destaque no cenário futebolístico nacional.
Época gloriosa e ioiô
A volta por cima começou em 2003. Agora sob a batuta de um mecenas, o empresário do ramo de transportes e proprietário do Diário do Grande ABC Ronan Maria Pinto. Após a conquista da Copa são Paulo de Juniores no mês de janeiro, o clube conquistou o vice-campeonato da série C do brasileiro e o acesso para a B no ano seguinte.
Ano novo e novas conquistas para a galeria de troféus do Ramalhão. Disputando a Copa do Brasil pela primeira vez, o clube andreense chegou à final e bateu o poderoso Flamengo, em pleno estádio do Maracanã, com um placar marcante de 2 a 0.
Com a taça da Copa do Brasil assegurada, teve início o planejamento para o primeiro vôo internacional do Santo André. Na Copa Libertadores de 2005 o clube caiu na primeira fase, mas o que realmente valeu foi a participação em um torneio continental.
As temporadas 2006 e 2007 foram complicadas para o clube, sem qualquer destaque.
Na temporada 2008 o time foi reestruturado. Com uma base sólida e alguns jogadores experientes no elenco, como Marcelinho Carioca e o volante Fernando, o time começou a volta por cima. Conquistou a série A2 paulista e foi vice-campeão da Série B do brasileiro, só atrás do Corinthians, que vivia seu inferno na segundona.
2009 de aprendizagem
Jogando pela segunda vez na primeira divisão em sua história, a primeira tinha sido em 1984, o Ramalhão pecou no planejamento.
Com um elenco repleto de jogadores que tinham disputado a Série B no ano anterior, o Santo André não tinha a consistência necessária para a elite nacional.
Engana-se quem pensa que o time andreense fez feio. Jogou com brio e conquistou alguns resultados expressivos, como o 4 a 2 no Coritiba em pleno Couto Pereira, o 1 a 0 no Fluminense no Engenhão, o 2 a 1 no Botafogo também no Engenhão.
O resultado que mais deu alegrias ao torcedor do Santo André foi a vitória por 2 a 0 frente ao Palmeiras que buscava o título nacional.
Apesar de alguns bons resultados, o excessivo número de pontos perdidos dentro de casa fez com que o time voltasse à segunda divisão. A campanha teve 11 vitórias, 9 empates e 19 derrotas, insuficientes para o alvi-celeste na Série A.
2010 de esplendor e ocaso
Após o erro de planejamento de 2009, o Santo André fez uma “limpa” no elenco. O oxigenado time comando por Sérgio Soares tinha boas peças e poderia fazer bonito no Paulistão.
O quarteto ofensivo formado por Bruno César, Branquinho, Nunes e Rodriguinho foi o segundo melhor ataque do campeonato com 45 gols, só atrás do campeão Santos.
Nas semifinais contra o Grêmio Prudente a batalha foi muito difícil. Depois de bela vitória por 2 a 1 jogando no Prudentão, o time oscilou demais no jogo de volta no Bruno José Daniel e quase pôs o campeonato em risco. A derrota em casa pelo mesmo placar da ida mostrou algumas fragilidades defensivas. Mas o que importava era que o time estava na final.
No primeiro jogo da decisão do Paulistão, jogando no Pacaembu, o time andreense acabou derrotado pelos Meninos da Vila, pelo placar de 3 a 2, e o clima do já ganhou tomou conta dos praianos.
O time de Sérgio Soares concentrou-se de forma antecipada, estudou o adversário à exaustão e no confronto final vendeu caro o título paulista. O jogo acabou 3 a 2 para o Ramalhão. Com direito a muito suor gelado por parte da torcida santista que via a taça escapar entre os dedos. O Santos só foi campeão por ter feito melhor campanha na fase inicial do certame.
Mas o sucesso do time não fez bem à equipe. O quarteto de ataque foi todo embora. Nunes foi para o Vasco, Bruno César para o Corinthians, Branquinho para o Atlético-PR e Rodriguinho para o Fluminense. Outros jogadores que não tinham papel tão destacado também deixaram a equipe. Ale foi para o Atlético-MG, Cesinha para o Vasco, Rômulo para o Cruzeiro, Carlinhos tomou o mesmo rumo de Rodrguinho. A equipe vice-campeã Paulista foi desfeita.
Mas o ano de 2010 ainda estava só no começo. O campeonato brasileiro da Série B iria começar em pouco tempo e o Santo André não tinha equipe montava pra disputá-lo.
Com um time montado às pressas o resultado não poderia ser outro. Hoje (29/10), o time amarga a zona de rebaixamento. Esta a seis pontos do primeiro time fora da zona da degola e teria, nas últimas seis rodadas tirar essa diferença que se agiganta a cada rodada.
A salvação para impossível para o Ramalhão, mas enquanto a bola rola há esperança. Quem sabe um milagre de Santo André em parceria com seu irmão São Pedro não façam chover pontos para o time andreense nessa reta final de segundona.