quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Não deu liga

A demissão de Muricy Ramalho é o desfecho de uma relação complicada. Desde sua rechada ao Palestra Itália Muricy era olhado com desconfiança. Nunca teve apoio incondicional da direção palestrina. Gilberto Cipullo sempre foi contra. Belluzzo a favor. Toninho Cecílio começou favorável, mas sempre com um pé atrás.
A chegada de Vágner Love não contribuiu para que o time evoluisse, muito pelo contrário, serviu para que o grupo rachasse. Tinha jogador no elenco que não aceitava o salário ganho pelo Artilheiro do Amor e o resultado todos sabem. Love acabou "expulso" do Palestra por membros da torcida.
A queda vertiginosa da equipe no Brasileirão serviram para minar ainda mais o moral do técnico com a cúpula verde. Com a desclassificação até mesmo para a Libertadores, a paciência ficou por um fio. Só o presidente Belluzzo segurava o treinador tricampeão brasileiro no cargo.
Com a virada de ano as expectativas eram de que o Palmeiras iria ao mercado contratar para reforçar o limitado e diminuto elenco palestrino. Mas não. O time não contratou as peças pedidas pelo treinador.
Com um elenco escasso. Algumas escalações mal feitas. Jogadores com performances abaixo da crítica. A derrota de ontem serviu para jogar a pá de cal. Muricy vai embora sem deixar saudades.

Abaixo exponho alguns pontos que contribuíram para a queda de Muricy Ramalho:
- Diretoria: em 2009 fez tudo que pode durante o Brasileirão. Segurou Diego Souza e Pierre. Trouxe o Vágner Love. Em 2010 foi inerte. Despois de perder o artilheiro do amor, perder Ortigoza e Obina, pouco contratou. Chegaram Lincoln (ainda não estreiou), Léo (trocado pelo brigão Maurício) e Márcio Araújo. O camisa 9 sonhado não veio. O time não tem um centroavante de ofício.
- Muricy: não deu liga com o Palmeiras. Apesar de não ter um elenco recheado, errou em vários momentos durante o brasileirão e contribuiu para que o time não alcançasse a vaga na Libertadores. Em 2010 trabalhou com as poucas peças que o elenco possui. Especialmente na partida de ontem foi mal na escalação. Não teve os atletas solicitados à diretoria.
- Contusões: o elenco escasso sentiu demais as perdas de Pierre, Cleiton Xavier e Maurício Ramos. Tudo bem em chorar as perdas dos meio-campistas, mas a do Maurício Ramos é demais. Um jogador comum que, caso o elenco tivesse qualidade, não deveria ser sentida.
- Torcida: dentro do estádio teve atuação elogiável. Sempre apoiou. Quando quis ir além da função de torcedor passou do limite. O diretor da Mancha conhecido por Largartixa agrediu o atacante Vágner Love, fato que desencadeou a saída do avante.
- Vágner Love: é inegável que a sua segunda passagem pela Academia foi muito inferior à primeira, mas é demais por nas costas do jogador a queda de produção do time. A diferença salarial em relação aod demais atletas do time causou ciúme.
- Diego Souza: na reta final do Brasileirão "pipocou", se escondeu e não foi o jogador decisivo que a torcida esperava.

A chegada de Antonio Carlos Zago não resolverá os problemas da equipe. Faltam jogadores de maior qualidade no elenco verde. Quem sabe se a diretoria ousar um pouco mais, o time consiga voltar a figurar entre os primeiros.

Um comentário:

  1. De fato o Muricy não acertou no Palmeiras. Acredito que o estilo de trabalho dele não bateu com o Palmeiras. Ainda existe a teoria da conspiração, em que os jogadores estariam fazendo corpo mole para derrubar o barrigudinho. Os dirigentes também não estavam contentes com o desempenho de Muricy, que obteve 49% de aproveitamento pelo Verdão, uma campanha pífia para um time grande. Antônio Carlos é uma aposta, uma grande incognita. Será que os jogadores vão correr mais? Será que agora que Muricy caiu, a diretoria vai contratar jogadores? Vamos ver.

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